2.12.2004

Saí do trabalho, depois de o ter cumprido - meia hora a olhar para o ar – com o máximo de esforço para não confundir os sonhos com a realidade, pensei, em modo de sonho, em italiano e nas pessoas de lá. Mais que isso, lembro-me nitidamente que tive conversas e discussões inteiras em italiano, de mim para o outro eu e vice-versa, com o intuito de a praticar – a língua italiana – e convencido de que caminhava em sua direcção, não tardando nada em lá chegar.
Pelos visto não fui o único. Correm uns rumores de um mito em queda – que grande ícone com nome de uma cidade do norte – que deixado, por volta das sete e um quarto da manhã, ao acaso numa conhecida pastelaria cá da zona – depois de muito ter gozado com o seu destino e a do seu condutor (ainda embriagado pela banalidade da carne mortal do objecto que caía do seu pedestal) – recordou-se de uma antiga canção italiana, trazida pelas recordações, cantando-a enquanto se despedia com um contente sorriso ébrio.
Seguramente que a ele também aconteceu dar-se o acaso de a primeira pessoa que o interpelou ter sido correspondido com umas inebriantes palavras italianas e a outra pessoa não ter apanhado a deixa.

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