1.22.2004

Contracorrente (2)

(ovelha mastiga a relva no meio de outras e o pastor vigia-as)

bate contra a vontade
não confunde a árvore com a floresta
segue um trilho não existente
escurece a alma em branco.

(e uma ovelha pasta placidamente com os seus companheiros nos pastos sugeridos pelo pastor)

bate a morte à porta, de
algum conhecido
sem memória para durar, de
uma insignificância atroz.

(e uma ovelha segue o seu caminho conjuntamente com os seus semelhantes para casa, guiadas pelo pastor)

no meio do branco…. Rasgado!
entre um
infinito de cores
cinzas.

(e uma ovelha vive para dar crias e lã, tal como as outras, para contentamento do seu pastor)

uma bata branca,
não explica nada,
mesmo com tinta,
o vazio desta folha.

(e engorda a ovelha para um dia ser devorada pelo seu pastor, destino semelhante para todas, não só o dela. É uma vida de ovelha)

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