3.16.2004

Desde que ocorreu o atentado do World Trade Center que muitas cabeças pensantes pretendiam confundir este tipo de atentados terroristas ao de outros terroristas. Daí dizerem que terroristas são sempre terroristas, todos iguais sem nenhuma diferença e todos alvos a abater. No alvo reside uma grande diferença, enquanto uns sabem diferençar a população em geral dos específicos, que reivindicam uma liberdade ao qual dizem ter perdido e deviam ter o direito, e outros que apenas pretendem destruir os valores dos outros, em detrimentos dos deles, os quais pretendem impor a todos os outros demais.
Sempre me desgostou o discurso maniqueísta de certas personagens políticas e do abuso da palavra terrorismo para designar ovelhas negras que pretendiam banir dos seus rebanhos não ao mando da liberdade de expressão mas de aproveitamento das novas orientações políticas mundiais, fazendo exactamente o oposto ao qual os grandes líderes mundiais compactuaram a mando de uma nova estratégia mundial totalmente focada no problema do terrorismo.
Para além disto uma coisa é o terrorismo com base num fervor religioso, ao qual o nosso mundo ocidental actual já passou – espero eu – e as lutas étnicas que alguns grupos reivindicam. Uma coisa é a ETA, por mais que a reprove, outra é Israel (um país imposto pelos ocidentais no médio oriente sem nenhuma reivindicação geográfica) e a palestina e muito diferente é a Al Quaeda. Como sempre as visões maniqueístas têm o dom de confundir algumas arvores com toda a floresta.

PS: Creio que devo acrescentar uma pequena coisa neste post. Quando digo que os Judeus não têm uma válida reivindicação geográfica não estou a negar que eles possuem uma origem que passou por aqueles terrenos arenosos a que agora se chama Israel. Os judeus como povo itinerante nunca se fixaram durante muito tempo em uma região específica (por diversas razões que vão desde a vontade de Deus quando os mandou vaguear durante anos a fio pelo deserto, como por diversas perseguições a que foram votados ao longo da sua existência, como pela sua vontade de se espalharem pelo mundo fora – apesar de Deus lhes ter prometido a terra de canaãn).
Esta é a explicação para a minha denominação de povo sem validade em termos de reivindicação geográfica mas não nego com isto a existência do actual estado de Israel que como todos o outros países são criados pelos homens e nunca o são por mero valor intrínseco que adere na pele dos povos e diz de onde eles são, se é que têm que pertencer de algum lugar especifico.

PS2: sinceramente não sei como se escreve a terra prometida aos judeus e na qual Moisés não pude entrar. Outra coisa, muito mais se podia falar sobre o conceito de estado mas isso já seria areia demais para a minha cabeça e tornar-se-ia num post deveras aborrecido. Eu já me encontro aborrecido com ele.

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