Predador sentimentalista
Sente, depois de devorar a vitima, a sua falta, e principalmente, ressente-se da companhia.
A digestão é mais difícil, e em vez da barriga cheia, como pretendido, sente-se vazio de morrer.
Apenas os colegas sentimentalistas, fazem alguma coisa para acalmar a saciedade, com as suas piadas recalcadas e risos trocistas. Também eles, sentem a barriga vazia, não da miséria física, essa apenas mata o corpo e mantém-nos vivos e a sofrer.
Dura pouco, este estado de letargia, o olhar brilhante e distante que não fixa nenhuma presa, existe sempre alguma pele mais reluzente, olho mais vivo, um movimento apelativo, que desperta a alma do predador, mais forte que qualquer coração quebrado e volta ao mesmo.
O predador sentimentalista, gosta de cha-fur-dar na sua própria miséria, e para isso, tem de a perpetuar, num acto contraditório, mais que “normal” na sua sociedade primitiva, que nunca deixou de existir e apenas se revestiu de outras peles e camuflagens, no mundo moderno dos parques selvagens, para turista ver.
E CUIDADO, que eles andam à espreita: o turista, o empresário do parque, a vitima e o predador sentimentalista. Não se deixe enganar pelo olhar cativo do predador sentimentalista, ele não é seu amigo, tu és a presa, só dão por ti, quando já paras na barriga, a desencadear um vazio, passageiro, que alimenta o ciclo eterno da saciedade devoradora do predador sentimentalista, pela piedade de si, da miséria do seu estado, sempre que engole a sua presa sentimental, dentro de si, naquela barriga esfomeada, sempre vazia, como ele de emoções, por muito tempo.
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