era naquele recanto que se encondia a luz toda daquele dia... naquele angulo daquela janela... eu não conseguia parar de olhar e sentir o calor que por ali trespassava... eu apenas era uma planta, enfiada dentro de uma casa, a receber aqueles raros momentos de luz que alimentavam a minha alma com alguma seiva....
12.19.2004
era naquele recanto que se encondia a luz toda daquele dia... naquele angulo daquela janela... eu não conseguia parar de olhar e sentir o calor que por ali trespassava... eu apenas era uma planta, enfiada dentro de uma casa, a receber aqueles raros momentos de luz que alimentavam a minha alma com alguma seiva....
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15 comentários:
Obrigado
igualmente....
Não tenho um cabelo do teu talento mas, sim, é minha.
Continua com as palavras, continua.
1 abraço
Joana?
mercie
Talento.. talento, talento... não sei do que falas,
não conheço essa palavra, não existe no meu vocabulário ou não serve para ´nada para além de criar mitos e frustados...
e já agora, detesto anonimos..:)
O anónimo sou eu... o Ricardo do VA. Desculpa o lapso no comentário.
o anonimato é um desprendimento do ser...
Ri.Ma, espero que não tenhas levado a mal o comentário, apenas acho que a conversa do talento é apenas uma desculpa para muitas vezes nada fazer.
sobre o anonimato apenas fico sempre a pensar quem é o "raio" do anonimo? alguém conhecido? mas quem? mas porque?...não te acontece o mesmo?
abraço
"o anonimato é um despreendimento do ser"... hhhuuuummmm
isto quer dizer que um ser pode não o ser?
eu anonimo não sou eu?
então o que serei?
será que é o nome que me define?
até que ponto o faz?
ou será que somos algo que ultrapassa o nome, e por consequência tb o anonimato, pois ao o ser-se está a ser-se algo, anonimo e não algo que não existe, porque o que não existe para nós, não denominamos por nenhum nome, não?
Sei q não gostas de anónimos! (lol) Sou a Katt
interessou-me a forma como pensas sobre o nome e sobre o anonimato. Não te dando a minha opinião, porque não passaria de uma certa filosofia de bolso perto da tua, quero contar-te um caso de que tive conhecimento há alguns dias. espero que consideres interessante.
num serviço de internamento de doentes mentais em fase aguda, estavam os técnicos em mais uma das suas "experiências" com utentes e técnicas expressivas e projectivas. numa ponta da sala estava uma senhora, que aqui chamo Célia, com diagnóstico de Esquizofrenia, a quem era impedido o manuseamento da maioria dos materiais. e porquê? "não vá ela tentar mutilar-se ou mesmo suicidar-se !!" a única coisa que lhe foi permitido fazer foi desenhar. perante inúmeros lápis, canetas e outros objectos capazes de escrever e colorir a Célia teria a forçosa missão de desenhar algo. mas não queria e não conseguia, sentia-se sem corpo e sem identidade. o que lhe pediram? "Célia escreva o seu nome?" e lá escreveu, tendo em seguida riscado-o com tanta força que reasgara o papel, deixando as técnicas perplexas. comento agora para ti o que surgiu na altura e não tive oportunidade de partilhar. se temiam que ela se magoasse físicamente, provavelmente era porque existia um motivo. sem outra alternativa mutilou-se pelo nome. não terá sido uma tentativa de liberdade, que teria feito sobre outra forma se lhe tivesse sido permitida? e a questão do nome, sem dúvida concordo ctg, somos muito mais do que o nome, mas, na verdade, é ele uma expressão na nossa identidade. neste caso, haveria um conflito entre a identidade e o nome e, do meu ponto de vista, seria bem mais fácil destruir o nome do que uma identidade que não se conhece ou que se não compreende.
de qualquer forma, queria dizer-te mais uma coisa, parece-me que, num ou outro momento, todos desejaríamos ser anónimos. e não, certamente, com o intuito de te fazer fervilhar a massa cinzenta a tentar descobrir o motivo do anonimato.
desculpa a seca. espero que já não estejas sentido comigo.
um beijo, Katt.
a história é engraçada e dá que pensar.
a minha vertente antropologica diz-me que o nome não somos nós, em sentido lato, apenas em sentido restrito, o que quero dizer com isto é que ao nos darem um nome nós construimos parte da nossa identidade em seu redor, em redor de nós nos auto denominarmos pelo nome e esta interecção ao redor do nome dá-nos em troca uma identidade formada sobre aquele nome. Mas o nome é apenas uma questão de escolha, normalmente dos nossos pais, tal como dos nossos amigos (eu por exemplo tenho mais que um nome pelo qual me chamam, e em certos sítios só me reconheço por um deles). é isso que quero dizer que o nome não somos nós, mas que nos enforma de algum modo, de nós perante nós e os outros e os outros perante nós.
sobre a esquizofrénica que se mutila através do papel, é um acto simbolico de negação de um nome como defenidor de uma pessoa, talvez, ou um acto simbólico de mutilação na impossibilidade de o poder fazer fisicamente (tal como o dizes).. sim é uma história engraçada.
abraço
com-partilho plenamente a tua exposição, de vertente antropológica, a cerca do nome. talvez sejamos, em parte ou no todo, aquilo que alguém um dia quis que fossemos. uma identidade com nome mas sem conteúdo......
abraços
Não percebo a ideia: "uma identidade com nome mas sem conteúdo.....", mas não quer dizer identidade, ter-se uma identidade, que é ter-se conteudo?
outra coisa, nunca disse que o nome poderia definir por completo uma identidade, e exactamente por isso o nome é algo estranho à pessoa, mas com a qual aprende a viver e incorpora como seu e do qual lhe é dificil, a partir de certa altura, separar-se.
concordo mais com ideia de que incorporamos identidades que puderam ser estranhos ao "eu" (o que quer que isso seja), e que o nome puderá apenas mais um processo nessa incorporação "forçada" e que temos pouca liberdade para escolher os "conteudos" que enformam a identidade.
O que quero dizer com isto é que, por mais que o nome não seja nosso, ele é sempre nosso, construimos parte da nossa identidade em redor do nome. e é talvez nesse "gap" que existe a liberdade de construção do que se chama o eu...o que quer que isso seja, identidade ou outra coisa qualquer...nunca uma coisa totalmente vinda de dentro como imposta de fora...
o que queria dizer com "identidade com nome mas sem conteúdo...." acaba por corresponder ao que disseste, sem nenhuma pretensão de me poder expor as coisas da mesma forma que tu - nada próximo de tantos conhecimentos, talvez mais filosofias de bolso, composta por algumas observações e leituras. sou pouco dada, se assim se pode dizer, ás tentativas de compreensão do eu, questiono-me sim, mas acomodo-me um pouco com a satisfação do "é assim....chega.". em todo o caso, e como comece por dizer, a frase que dizes não ter compreendido significava exclusivamente que a identidade exclusivamente associada ao nome é vazia de conteúdo, isto é, no meu entender, o facto de teres um nome pouco diz de ti (ou de mim) se nada se construir em torno dele. neste sentido, de que adiantaria que apartir de agora me começasse a chamar, sei lá, ..... Carolina se isso nada diria de mim, e não correspoderia à minha interpretação de mim e à dos outros de mim?
Ass. Katt
ok, percebi. Mas o nome forma algo em teu redor que por sua vez influência o teu interior. Não somos o nome, mas parte de nós é formada por ele, e se mudas de nome vais ter algum problema, inicial, de adaptação.
ok, ok,ok... está esclarecido...
bom ano
obrigado, igualmente!
(ok,ok,ok...= ficamos por aki?)
ass. Katt
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